domingo, 10 de novembro de 2013

Manifestaçoes contra e a favor do golpe

Marcha da Família com Deus pela Liberdade

Esse foi o nome da primeira manifestação em apoio ao golpe militar que aconteceu no Brasil, ela foi organizada em resposta ao comício realizado pelo Presidente João Goulart na Central do Brasil, no qual anunciou seu programa de reforma de base, que interferia nos interesses das classes médias e altas, já que o intuído desse programa era distribuir bens e terras aos mais pobres. Os manifestantes saíram em passeata no dia 19 de março de 1964, em São Paulo, saindo da Praça da República e terminando na Praça da Sé com os sinos das Igrejas mais próximas ao fundo e a realização de uma missa.


A marcha conseguiu mobilizar 500 mil pessoas, entre eles o Governador do Estado da Guanabara Carlos Lacerda, o Presidente do Senado Auro de Moura Andrade e o Governador de São Paulo Ademar de Barros, sua esposa Leonor de Barros e a Campanha da Mulher pela Democracia foram responsáveis por convocar o alto clero. A Marcha contou com o apoio de outros estados como Belo Horizonte e Curitiba que também promoveram uma passeata contra o governo de João Goulart.

A manifestação foi o sinal que os militares estavam esperando para invadir o Rio de Janeiro e tomar o poder, depondo o Presidente Jango em 1º de abril de 1964 e exilando-o no Uruguai. No dia 2 de abril é realizada uma nova passeata no Rio de Janeiro, mas dessa vez com o nome de Marcha da Vitória, demonstrando que a população realmente estava apoiando a retirada de Jango da Presidência do Brasil. A partir desse momento, os militares comandaram o País, de maneira rígida, combatendo duramente qualquer resquício de comunismo.

Passeata dos 100 mil

A ditadura se tornou insuportável quando o estudante Edson Luis Lima Souto foi assassinado sem motivos pelos militares, enquanto jantava em um restaurante para estudantes de baixa renda, a partir daí o movimento estudantil começou a se organizar e promover passeatas que sempre terminavam em confronto com a polícia, que tentava reprimir os manifestos contra o governo, a passeata do dia 18 de junho de 1968 resultou na prisão do líder estudantil Jean Marc Van Der Weid, em uma nova passeata que pedia a libertação das pessoas que foram presas no dia 18, resultou na prisão de mais 300 pessoas. Em outra manifestação organizada no centro do Rio terminou com violência entre policiais e estudantes, 28 mortos, mil pessoas foram presas e mais de cem foram feridos, este dia ficou marcado como o maior confronto entre militares e civis e passou a se chamar de “sexta-feira sangrenta”.

Depois de tantos dias de combate, o governo permitiu que fosse feita uma passeata sem repressão no dia 26 de junho, este dia começou com a reunião de 500 mil pessoas entre elas, artistas, intelectuais, religiosos e as mães dos estudantes que lutavam pelo nosso País, um pouco mais de uma hora do início da manifestação o número de pessoas chegou a 100 mil, com a duração de três horas e pela primeira vez terminando sem conflito com a polícia. 


Logo após a manifestação houve uma reunião do Presidente Costa e Silva com os líderes estudantis Marcos Medeiros e Franklin Martins que reivindicaram a liberdade dos estudantes presos e o fim da censura, nenhuma delas foi atendida, resultando em uma nova passeata que reuniu 50 mil pessoas, desta vez a polícia repreendeu duramente os estudantes. Um mês depois de tantos dias de manifestações foi decretado que estava proibido qualquer tipo de manifestação em território Brasileiro e no dia 13 de dezembro foi legalizada a repressão.

Durante 21 anos o Brasil ficou mergulhado em um regime antidemocrático, onde a população não tinha o direito de contrariar o governo, o comunismo era combatido cegamente com atos de tortura e exilamento. Diferente de outros Regimes Ditatorial, o nosso teve cinco ditadores diferentes, o primeiro foi Humberto de Alencar Castello Branco que governou de 1964 a 1967, logo depois veio Arthur da Costa e Silva que ficou no cargo de 1967 a 1969, Emílio Garrastazu Médici representou os militares de 1969 a 1974, foi com o quarto Presidente que o País começou a mudar aos poucos para uma democracia, quando Ernesto Geisel (1974-1979) amenizou as repressões contra a população e foi o último Presidente da ditadura João Baptista de Oliveira Figueiredo que ficou no cargo de 1979 a 1985, que acabou com o bipartidarismo e aprovou eleições diretas para governador em 1982. 

O Brasil começava a ganhar formas de País democrático, para ser uma democracia de verdade só faltavam as eleições para Presidente que foram exigidas em 1984 no movimento “Diretas Já”, organizado por Ulisses Guimarães, mas a ementa que fazia esse pedido foi rejeitada, mas logo depois Tancredo Neves foi eleito indiretamente, mas por motivo de doença quem assumiu foi seu vice José Sarney e foi em maio de 1989 que a ementa para eleições para Presidente foi aprovada, deixando os anos negros da ditadura para trás e tornando o Brasil em um País democrático. 
Por: Deborah Aline de Araujo

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